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Então você quer escrever poesia? 5 Dicas Para Quem Quer Escrever Poemas – Monday’s Arthifacts #1

Seja bem-vindo(a) ao primeiríssimo Monday’s Arthifacts. Nesta nova série, iremos, juntos, explorar outro lado da escrita. Aquela que nos permite dizer algo de forma a elucidar outra pessoa sobre um assunto, e não de modo que cause a maior confusão possível, como é o caso da poesia.

Digo isso de forma irônica, é claro, pois não é de toda a verdade que a poesia serve para confundir. Nessa série, irei falar sobre tudo que me venha a dar na telha, e não haverá enfoque algum, além do assunto que eu tenha escolhido na semana. Não tenho a menor pretensão de fazer disso algo semanal, no entanto, será sempre lançado em segundas-feiras, se em tal segunda-feira tiver algo para ser lançado, afinal de contas, assim já está previsto no nome.

Enfim, neste artigo, eu irei ponderar junto contigo o que é essencial na criação de um poema, segundo a minha experiência, e no final jogar panos quentes para não dizer que estou cagando regra (opa, spoiler!). Com isso, espero lhe ajudar, caso seja do vosso interesse, que melhore a sua capacidade de se expressar através de poemas.

Vamos dividir esta experiência, portanto, em 5 dicas. Clichê, eu sei, mas funciona.

Dica 1. Seja conciso

“Escrever poemas é travar uma guerra contra a prolixidade”

Qual é o equilíbrio perfeito entre economia de palavras e expressão? Bem, esse talvez seja um dos maiores desafios de escrever poemas. Você por acaso já leu um poema do qual você de pronto constatou: “isso é TÃO chato”, ou lá pelo meio pensou “isso nunca vai acabar”?

Estes dois exemplos são um sucesso para os torturadores, mas, na poesia, nem sempre você quer representar tal figura. É claro que, para tudo existem excessões, e há poemas nos quais você pode querer transmitir tais sensações… Mas, certamente se estiver falando sobre algo bom, como o seu amor por alguém, ou sobre coisas pacíficas, deve evitar de passar tais impressões ao leitor.

Para praticar essa habilidade, um bom exercício seria escrever um poema limitado a 4 ou 6 linhas, com o qual você consiga expressar algo importante que esteja sentindo. Não precisa embarcar no estilo haiku, nem nada do gênero. Apenas se habituar a escrever menos, dizendo mais, já vai ser o suficiente.

Dica 2. Seja intenso

Dizer algo por dizer é uma coisa ruim na poesia. Cada linha deve ressoar com aquilo que você está tentando expressar e, se você mudar de foco no meio do seu poema, os leitores vão perceber. Por isso, é importante mergulhar de cabeça no que você está sentindo para escrever.

Quando utilizar-se de um adjetivo, certifique-se de que ele é o adjetivo que melhor representa o que você quer dizer. Palavras como “muito” e “demais”, nem sempre dão a sensação de intensidade que você quer passar.

É claro, sempre existem excessões, mas, de forma geral,

“Mais vale um adjetivo absurdo na sua poesia do que dois advérbios voando.”

Para testar essa teoria, tente coletar uma lista de adjetivos que te façam sentir algo intenso. Seja “infernal”, seja “divino”, seja “imperial” ou “abissal”, se a palavra sozinha faz você sentir algo forte, fará outros também.

Depois de aplicar este método de encontrar os adjetivos certos para a sua poesia, passe a fazer isso com todas as palavras presentes no teu poema. Se um artigo indefinido te deixa entediado iniciando uma frase, bana-o dali até ele conquistar o direito de existir. Se algo não soa emoção, não causa a mesma, e portanto não mexe com o leitor, o que na maioria dos casos é o que você quer fazer.

Dica 3. Seja esperto

Veja bem, eu disse “esperto”, não intelectual. Não cace sete palavras desconhecidas e onze termos formais para compor uma única poesia. O seu leitor não está interessado em consumir teu conteúdo consultando um dicionário, ele vai ir embora assim que ver que aquilo não é para ele.

Use palavras e termos na sua escrita que expressam o que você sente que deve ser dito. Se você tiver de fazer uma pesquisa para se expressar, outros terão de fazer o mesmo para te entender, e dificilmente isso vai dar muito certo.

Agora, isso não significa que você deva empobrecer o seu conteúdo para alcançar todos os públicos. O ideal é sempre tentar balancear as coisas. Diga algo complexo de forma simples, ou algo simples de forma complexa, mas não tente ser só complicado o tempo inteiro.

Como exercício, tente escrever um poema no qual você tenha de pesquisar apenas UMA palavra que você não conhece. Tente fazer a parte do seu texto em que essa palavra aparece o momento de ouro, seja do ritmo da poesia ou das suas rimas, mas de modo que não seja essencial que aquele que esteja lendo tenha de saber o significado da palavra para entender o que você quer dizer.

Quando você atinge esse ponto, está ensinando, através do contexto, o significado aproximado de uma palavra. Dessa forma, você está sendo esperto, e não soando como se fosse elitizado demais para qualquer um poder te ler.

Dica 4. Seja original

Ser original não é criar algo que nunca foi criado antes. Uma obra original é uma obra nova. Isso não significa que se trata de algo revolucionário ou inédito, apenas é algo novo. Algo seu. Algo que não foi feito a partir de outra pessoa. Se você quer escrever sobre amor, escreva, mas não faça como todos fazem, da forma mais fácil.

Tente evitar as palavras e frases que são óbvias, bana palavras como “coração”, “dor”, “amor”, “amado”, “querido”, “amo”, “calor”, “anjo”, e as comparações mais corriqueiras, como analogias com o sol, as estrelas, as flores e coisas do gênero.

Escreva de uma forma nova. Ao invés de falar sobre o sol, fale sobre júpiter. Ao invés de falar sobre dor, fale sobre a ausência da felicidade. Ao invés de falar sobre alguém “amado”, fale sobre alguém “insubstituível”, ou “invencível”. Use metáforas, ou analogias novas, pois o óbvio sempre já foi dito, e você estará distribuindo notícia velha para quem está lendo se escolher por ele.

Será que eu preciso ainda dizer que há excessões? Acho que não mais. Como exercício, escolha o tema mais absurdo possível, como por exemplo trocar de roupa ou pular de bangee jump, e tente falar sobre amor falando sobre esse tema – mas não conte a ninguém o verdadeiro significado das suas frases. Não diga o “salto mais alto” é na verdade sobre o dia que você disse “eu te amo”. Não seja óbvio. Seja original, e…

Dica 5. Seja misterioso

Esta é a minha parte preferida. Eu não preciso explicar quem é o herói da história, nem quem são as vítimas ou para quem são as chacotas. Sua vantagem como poeta, em cima dos escritores de ficção, é que você não precisa revelar sobre o que se tratavam os mistérios malucos que você criou no meio do caminho. Então abuse de metáforas e analogias, e não dê nome aos peixes se puder.

Quer escrever uma carta de ódio a alguém? Chame-o de porco, não de “meu tio”. Quer escrever uma carta de amor? Chame seu amor pelo nome de uma personagem de um seriado que você goste. Quer escrever sobre política? Chame o presidente pelo nome de um palhaço internacionalmente famoso. Tá, talvez isso não seja mais metafórico, mas você entendeu.

E não pare por aí, continue causando confusão. Diga que o Bozo, em certo momento, levantou voo com asas negras e criou chifres como Satã.

Na poesia, quando você não se faz entender, trata-se de estilo, não de incompetência.

Claro, não vá fazer um monstro de retalhos, mas também não seja a pessoa mais clara do mundo no que você está tentando dizer. Sua função é dar aos seus leitores os alicerces de uma construção. O papel deles, é construir a mansão, o apartamento ou o casebre.

Já perdi as contas de quantas vezes fizeram uma interpretação de texto redondamente errônea sobre minhas intenções originais na concepção de um poema. O interessante, é que isso não é ruim. Não é seu papel como escritor dizer, pós-obra concluída, que, na verdade, o mago mais poderoso de todos era gay. O seu papel era descrevê-lo na sua história de forma concisa, intensa, esperta, original e misteriosa. O que fazem com isso não cabe mais a você.

Por fim, rebele-se

Ignore tudo que eu disse, e faça todas as coisas que eu dei recomendação contra. Use e abuse da prolixidade, descreva tudo nos mínimos detalhes, escreva poemas com setenta versos, com palavras impossíveis de encontrar o significado nos dicionários mais comuns. Escreva sobre o sol e o girassol, e rime amor com dor em todos os versos do seu poema de declaração. Seja claro, óbvio e, na verdade, só traduza uma música em inglês e altere algumas frases para dizer que foi você que escreveu (mas dê os créditos, seja rebelde, e não estúpido).

O importante é escrever e encontrar a sua voz. Não ligue para nada que te digam, se aquilo não é o que cabe em você na sua hora de expressar a SUA verdade. Mas, por favor, ESCREVA. Os seus poemas serão sempre bem-vindos.


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